quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Serotonina, noradrenalina e dopamina

Já fui serotonina, virei sertralina
Já tive certeza de tudo, hoje nada sei
Já gostei de pouco, mas prefiro gostar de tudo

Não irei te prometer nada
Afinal
Sou a incerteza

Não vou fugir, nem reagir
Fingir, fora de cogitação

Não minto
Nunca menti
Não sei como é isso

Sou a maior sinceridade
Sou a menor afirmação

Perdi todas minhas convicções
Tudo que achava universal
E hoje,
Nada
Pouco
Faz sentido
Além de sertralina. 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Quiçá

Queria falar sobre angústia.
Angústia de ter apostado tudo e nada
Maior frustração...
Naquele dia eu queria ir para estrada
E ficar sentada no asfalto cheio de buracos
Esperando uma alma gentil me salvar
Iria para qualquer lugar, não importaria nada.
Deixaria tudo. Eu. Você e todos seus medos.
Iria viajar quilômetros e quilômetros em busca de alguém como você
Mas menos fraco, com menos medo.
Em outra vida talvez encontraria
Não nessa viagem
Mas quiçá, eu esbarre em você.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Passagens cronológicas, sem cronologia alguma

 Já adianto que não acreditava em possíveis viradas na vida simultaneamente com as viradas cronológicas. Ano novo, vida nova? Não. Muito menos um mês novo com coisas novas, no máximo contas para pagar. Aquele outubro foi diferente e me lembro bem, aquele sim me trouxe coisas novas.
 Importante dizer que sempre fui instável e somada com a instabilidade que foi enviada para mim naquele outubro, tudo mudou. Digo para vocês: tomem cuidado, o bem vem disfarçado de mal e o mal vem vestido de bem. E assim foi, o outubro marcante.  Uma enxurrada de incertezas, certezas, esperanças e principalmente raiva. Instabilidade.
 Você quer saber se eu voltaria no tempo, se pudesse? E se eu te falar do que janeiro me trouxe? Ficaria confuso?
 E para dar o tiro final na minha teoria sobre mudanças da vida veio janeiro. O mês que abre o ano e renova as certezas. Para mim? Certezas até demais, tanta certeza que cai de cinquenta andares de um prédio sem paraquedas. Tudo que chegou endereçado na minha casa, veio sem remetente. Cheguei a pensar que o destinatário talvez tenha sido sorteado e nessas horas as forças da sorte se lembraram de mim.
 Sorte? Azar?
Ao mesmo tempo que tudo que os meses me trouxeram com rapidez, tudo foi tirado. De uma hora para outra, assim passei a acreditar em possibilidades. Eu, tão cheia de certezas, agora acreditava em ditados populares. Hoje acredito em destino, acredito em mudanças e acredito mais ainda na minha instabilidade. Não acredito no carteiro e muito menos nas cartas. O calendário fixado na minha geladeira, não significa nada...
 E as contas para pagar?
 Bom... O carteiro não trouxe.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Para a pessoa mais especial do mundo, da galáxia e do universo

Andei pensando em coisas diferentes...
Não existem razões para se gostar de alguém. Gostamos por gostar.
Dele, gosto além de gostar, gosto do que ele me conta, do que ele me faz rir. Gosto além da segurança de entender, gosto além do sorriso (maravilhoso) e de todas as palavras doces já ditas e não ditas.
Não sei quando gostei e não quero saber até quando vou gostar, mas apostaria para sempre. Sempre, para poder convidar para conversar todas as tardes, estender o programa para noite e eu poder me apaixonar mais.
Se vocês me perguntarem dele, digo a vocês: diferente e igual a mim. Igual porque é diferente. E diferente porque é demais, demasiadamente especial.
Ficaria uma porção de dias ao lado dele e deixaria a vida prolongar mais alguns, só pelo prazer de respirar ao lado dele e principalmente da ausência de oxigênio que o momento me traz.
Pensando nisso tudo, conclui:
- Agora meu coração não bate só por mim.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pra galáxia mais próxima daqui

  Todos os dias antes de colocar a cabeça no travesseiro eu me perguntava o por quê que eu não era iguais aos outros. Não em uma coisa mas em todas. Eu sou um alienígena aqui, não pertenço a esse lugar. Não sou superior e nem inferior aos terráqueos mas eu sou diferente. Um sorvete não é um sorvete para mim. Dou valor enorme ao desvalorizado e desvalorizo o super valorizado. Não entendo o que se passa na cabeça alheia, nas coisas mais simples até nas mais complexas, e muito menos me compreendo. Não sou normal, não sou daqui.
  Talvez meus criadores, progenitores tenham me abandonado aqui. Por que teriam feito isso? Sou tão diferente deles também? Queria ser igual a alguém e poder dizer: você é minha alma gêmea. Eu sei que nunca direi isso. Cansei de ser diferente, quero ser igual. Ser diferente cansa, frustra. Ou me levem de volta pra onde eu nasci, ou pra galáxia mais próxima daqui.